Um grupo criminoso escavou um túnel e desviaram ceca de 1.3 mil litros de óleo diesel de um duto da Petrobras em São Paulo. Para colocar o plano em prática, os ladrões — que conseguiram fugir — compraram um imóvel em uma comunidade na zona leste da cidade.
Os suspeitos trabalharam noite e dia na retirada de terra do túnel que tinha aproximadamente cinco metros de extensão. Uma válvula foi instalada para fosse acoplada a mangueira usada para desviar o produto e abastecer caminhões que paravam do lado de fora do terreno.
O furto de diesel, gasolina e nafta (outro derivado do petróleo) causa prejuízos de aproximadamente R$ 150 milhões por ano. Grande parte dos crimes ocorrem nos estados de São Paulo e do Rio de Janeiro. A maior dificuldade da empresas e das autoridades é monitorar cerca de 15 mil quilômetros de dutos que cortam o país.
“O combustível mais furtado é o diesel. Quase metade do volume extraído se refere ao diesel. E, obviamente, há um interesse muito grande em abastecer o mercado clandestino nas grandes capitais do país”, afirmou Marcos Galvão, coordenador do Programa Petrobras de proteção de dutos.
O especialista alerta também que o crime, além dos prejuízos financeiros, pode gerar riscos aos moradores da região. “Gasolina, nafta, diesel são produtos, combustíveis altamente inflamáveis e pelo vazamento se houver alguma ignição um grande acidente de grandes proporções pode acontecer”, complementou Marcos Galvão.
Segundo a Polícia Civil, 20 suspeitos foram presos em São Paulo neste ano. Entre os detidos, está Antônio Basílio Rocha Junior. De acordo com os investigadores, ele é um dos criminosos mais especializados no furto de combustíveis em todo o Brasil.
“Ele é agenciador, tem contato, [é] um cara bom de conversa. Então, ele consegue fazer a captação do cara que mexe com duto. Ele tem muito contato e acesso com o receptador, consegue fazer esse interface e tem a expertise do negócio”, contou o delegado Ricardo Domingues.